O tempo passa? Não passa
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.
O tempo nos aproxima
cada vez mais, nos reduz
a um só verso e uma rima
de mãos e olhos, na luz.
Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.
O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.
São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer a toda hora.
E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama escutou
o apelo da eternidade.
Carlos Drummond de Andrade
A “eternidade” é um conceito de filosofia que se refere a algo que não pode ser medido pelo tempo, porque transcende o próprio tempo, é, e será sempre um conceito difícil de entender, dentro de cada um de nós, perduram momentos, pessoas, sorrisos, gestos que são eternos, serão eternos na minha vivência, aí sim, serão perpetuados.
Num tempo em que o sonho transporta-nos a lugares inatingíveis, mesmo sabendo que não conseguiremos atingir esse lugar, ficamos ansiosos, procuramos com avidez um sinal, um gesto, talvez um sorriso, a obsessão apodera-se da mente, a cada hora, a cada minuto, o sonho está presente, em cada instante procuramos algo que sabemos não conseguir, é uma busca dolorosa, é um estado de ansiedade que vivido na primeira pessoa, deixa marcas irreversíveis, é quer que ali, que naquele momento o sonho se transforme em realidade, que o sonho aconteça, mesmo tendo consciência que o sonho não vai acontecer, que a realidade é esta, foi esta, foi esta que construímos e é com esta realidade que temos de viver.
As palavras, sim, as palavras, quando sentidas de letra a letra, de sílaba a sílaba, contribuem para o sonho, aproximam-nos, testam sentimentos, põem à prova as emoções, sim, as emoções que fazem com essas palavras por um lado, sejam um tónico de esperança, por outro lado, angustiam e trazem uma lágrima de saudade, mas são palavras que geram dependência porque queremos mais, porque quando estão ausentes, que vazio sentimos, que sensação de abandono, e é dessa dependência que temos de nos “livrar”, não podemos ficar “acorrentados “ a um tempo de espera que tarda em passar e a umas palavras que por vezes tardam em chegar!
Por tudo isso, ficarei no meu canto, ficarei como sempre estive, ficarei pensando em ti, revendo o teu sorriso, e tu, segues o teu caminho nesse comboio da vida, que seja uma viagem feliz, que seja uma viagem de sonho, de amor e de paixões, de mais alegrias do que tristezas, de mil sorrisos e de mil gestos carinhosos.
Que os companheiros de viagem te proporcionem uma inolvidável caminhada na vida, que a paisagem seja sempre de amor, alegria, paz e de concórdia, e quando olhares pela janela do comboio da vida, fá-lo sempre com um sorriso, porque o teu sorriso, de certeza que embelezará ainda mais a paisagem em que te movimentas, a tua vida!
Foto JS - Macieiras em flor
Nem sempre o tempo apaga a dor, nem sempre o tempo olvida sentimentos, nem sempre o tempo consegue que recordações se desvaneçam ou que a memória ofusque os sentires, as emoções e a paixão. Só o tempo nos dirá...
FernandoPessoa no Livro do Desassossego:
"O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto."
É tempo de primavera, está aí o sol,
o tempo morno, a brisa na madrugada e ao fim do dia,
é o tempo das flores desabrocharem,
das primeiras folhas surgirem nas árvores,
é tempo de um novo ciclo,
é tempo de esperança, de sonho e de realidade,
é tempo de dar ao tempo um sorriso porque estás aí,
porque o tempo que se teve, sabemos que não volta mais,
mas ninguém sabe se ainda virá o tempo,
de um dia… sorrirmos juntos!
Eu sei que ainda não é tempo,
sabemos que dificilmente “um dia será tempo”,
de sabermos quanto amor existiu entre nós,
sim, de quanta dor se faz a ausência de um sorriso.
Sim, eu sei que ainda não é tempo, e
não sei quando “esse tempo será”…
Mas sei, que nos ruidosos silêncios das madrugadas,
quando a brisa toca leve na janela,
e no murmúrio constante do mar,
revejo-te, caminhando altiva e serena,
sorrindo, acariciada pelo vento brando na face,
numa caminhada de amor e felicidade.
De longe, observo a tua caminhada,
Ao longe, sorrio ver-te assim,
Sorrindo, sim, porque sei que sorris,
E sei a beleza do teu sorriso,
E aqui, ao longe e longe de ti,
suplico que seja sempre assim,
Que sejas sempre Feliz!
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