Há palavras que nos beijam
Nas palavras aqui deixadas,
restam apenas memórias
que persistem no tempo,
aqui e ali, evocamos
sorrisos, gestos e sentires
expressados por palavras simples,
de forma sincera e amiga,
palavras que ao invocarem o passado
não comprometem o presente
e nem hipotecam o futuro,
talvez dessas palavras
alguém extraísse outras ilações,
que não as do seu verdadeiro significado,
talvez….
Num dia frio de Novembro,
uma nuvem passageira flutuava
na beleza das palavras,
aqui e ali, os mil sons de uma sensação
DIFERENTE, sons que ecoam no silêncio da Fortaleza,
silêncios que a brisa da noite teima em fazer ouvir.
E EU SÓ QUERIA ESQUECER que um dia, a nuvem passageira,
Se transformou num sonho lindo,
só queria arrumar no báu das recordações a tua imagem,
o teu cheiro, o teu toque sublime,
só queria não ter aquilo que já não tenho,
e no silêncio das palavras pergunto repetidamente,
porque GOSTO assim!
na penumbra do entardecer, leio as tuas palavras,
em vão, procuro um sinal,
contemplando às águas calmas do Tejo,
vejo ao longe a outra margem,
ao fundo, a ponte,
sei lá, o que vislumbro,
talvez, ainda a esperança!
Nas tuas palavras,
tento decifrar mensagens,
em cada silaba, vejo um gesto,
em cada frase, contemplo um sorriso…
Nas tuas palavras, vagueio por aí
meditando nas sublimes mensagens,
posso sonhar, deixa-me sonhar que com os pés no chão,
um dia, voarei, quem sabe, até onde…
simplesmente porque, gosto-te!
Tempos houve em que os meus dedos percorreram lentamente o teclado,
procuraram com avidez, uma letra em cada tecla,
uma letra com a qual pudesse formar uma palavra,
com a palavra, formava uma frase e assim,
escrevia uma carta
Agora, observo o teclado,
as letras estão lá todas, cada uma, na sua tecla,
em cada letra o sentir do sublime toque,
aquele toque que lentamente percorria o teclado,
que sentia vibrar de emoção, que sentia o palpitar do coração,
que sentia-te...
JS
JS
“ As palavras não mudam a realidade. Mas ajudam-nos a pensar, a conversar, a tomar consciência. E a consciência, essa sim, pode mudar a realidade.”
Com estas palavras, o Professor António Sampaio da Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, iniciou o seu discurso nas comemorações do 10 de Junho, como se pode ouvir e ver aqui http://youtu.be/n92VSfRnnoU o que foi um magnífico discurso.
Com a devida vénia e referência ao seu autor, cito a suas palavras…
“As palavras não mudam a realidade...”, é um facto, as palavras não mudam nada, a realidade é o dia a dia, é aquilo que se vive e como se vive, as palavras ajudam a pensar e a conversar, mas para tal, é preciso não ter receio das palavras, é necessário encarar a realidade, é preciso conversar, utilizando as palavras como meio de desabafo e de compreensão, e não, como por vezes acontece, em que essas mesmas palavras, não aproximam, mas sim, afastam, silenciam sentires, ofuscam memórias, essas são aquelas palavras que acabam por “mudar” a realidade, porque simplesmente, afastam consciências!
Palavras pensadas e não ditas, palavras ditas e não escritas,
palavras pensadas e escritas,
palavras que traduzem sentimentos,
sentimentos que não se traduzem em palavras,
palavras íntimas que revelam sentires, sentires que não se revelam por palavras,
silêncios que dizem mais… do que “mil palavras”.
Sim, se os silêncios dizem tanto, porquê palavras?...
Porque o silêncio se substitui a todas as palavras, quando as palavras permanecem na penumbra do silêncio,
de um silêncio que tem sons, que têm os sons da memória!
O Solitário
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