Ao fim do dia, recordo as tuas palavras,
em silêncio, observo o sol que se despede da cidade,
penso em ti, revejo o teu sorriso,
sinto o afecto do teu abraço,
sei que nada disto, será novamente verdade,
sei que não te terei mais,
desde há muito que sei que assim será,
mas também, desde há muito que sei,
que estarás sempre em mim,
porque não te consigo olvidar,
estarás sempre comigo e em mim,
estarás sempre presente
na minha memória!
Aqui, na Fortaleza do Silêncio, o vento sopra suave, talvez não seja vento, seja apenas uma brisa que toca suavemente na vidraça da janela e faz ecoar os sons da memória…
No baú da memória, o som de um sorriso lindo, o brilho de um olhar apaixonado, o silêncio das palavras que ecoam nos infinitos muros da Fortaleza, nestes muros que não são apenas virtuais, nestes muros que ladeiam o pensamento, que impedem que os olhares se toquem, que os sorrisos se cruzem, que as memórias não se desvaneçam na espuma dos dias, até porque, como um dia nos disse William Shakespeare "Lembrar é fácil para quem tem memória. Esquecer é difícil para quem tem coração."
No silêncio da minha fortaleza procuro as palavras, procuro alinhar as letras, procuro dar sentido ao sentido, procuro e não encontro palavras que não foram ditas, palavras que ficaram no mais recôndito armário de uma memória viva, de uma memória cheia de recordações, de uma memória que teima em não se apagar, de uma memória resiliente, de uma memória que tem um misticismo próprio…
É primavera de um ano que não teve inverno, é primavera de um tempo em que o tempo teima em acontecer velozmente, os dias, os meses e até os anos sucedem-se a uma velocidade vertiginosa, estonteante por vezes, mas o que interessa isso?… O que interessa é que é novamente Primavera!
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