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No meu trajecto quotidiano, desde há cerca de seis meses, quando regresso a casa ao fim do dia, o meu amigo lá está no seu terreiro com uma bola de futebol, uma vezes correndo e chutando a bola, outras vezes com a bola debaixo do braço, mas sempre com um sorriso para quem por ali passa.
Um fim de tarde, a bola tomou a direcção da rua, como estava a caminhar muito próximo, uma curta corrida, evitou-se que a bola fosse para a rua e ao mesmo tempo, fosse devolvida, foi ver a cara de satisfação do meu amigo, porque está muito recomendado para não ir a correr atrás da bola para a “rua dos carros”, e a satisfação de ter recuperado a bola e porque alguém lhe deu atenção.
A partir deste dia, ficámos amigos e nalguns dias em que o regresso a casa coincide, ali ficamos 5 minutos na conversa e com dois ou três pontapés na inseparável bola. Um destes dias, diz-me o meu amigo: hoje faço anos, há sim, digo eu, e então, quantos fazes: faço 25, responde o meu amigo, há, então, muitos Parabéns, digo eu, aí, o meu amigo, com um olhar muito expressivo, disse-me: sabe, eu sou um menino diferente dos outros, mas não faz mal, sou Feliz assim e você é um grande amigo, e ali ficámos mais uns minutos a dar uns chutos na bola e era ver o seu sorriso de felicidade…
Despedi-me do meu amigo, e ao afastar-me, pensei que não há pessoas diferentes, cada um é como é, todos nós temos o direito de amar e ser amados, de aprender, de partilhar e de algo tão simples e por vezes tão dificil, apenas ter um amigo!
JS
O Solitário
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