Quinta-feira, 27 de Março de 2008

Nunca o verão se demorara
assim nos lábios
e na água
- como podíamos morrer,
tão próximos
e nus e inocentes?
Eugénio de Andrade
De Estrela de mim a 27 de Março de 2008 às 21:47
Corpo de nuvem que,do mar saída
volvida em chuva para o mar voltou,
quem te arrancou de mim?Quem te deu vida,
corpo que do meu corpo se arrancou?
Já foste não sei quando,despedida.
Quem para mim de novo te arrastou?
e quem te esparge,em vozes diluida
corpo de nuvem, neste mar que sou?
Mas a carne que escorre derepente
da bátega dos sons é tão ardente
que de repente o próprio mar flutua,
Sobre si mesmo volve e ao céu ascende
-pois só no céu é que se prende
o vulto duma nivea nuvem nua.........
(David Mourão Ferreira)
Estrela de mim
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