Sábado, 29 de Agosto de 2009
De Ana a 30 de Agosto de 2009 às 02:08
Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais
quatro arestas, quatro vértices
quatro pontos cardeais.
Pela redonda entra o sonho
que as vigias são redondas
e o sonho afaga e embala
à semelhança das ondas.
Por além entra a tristeza
por aquela entra a saudade
e o desejo, e a humildade
e o silêncio, e a surpresa.
E o amor dos homens, e o tédio
e o medo, e a melancolia
e essa fome sem remédio
a que se chama poesia.
E a inocência, e a bondade
e a dor própria, e a dor alheia
e a paixão que se incendeia
e a viuvez, e a piedade.
E o grande pássaro branco
e o grande pássaro negro
que se olham obliquamente
arrepiados de medo.
Todos os risos e choros
todas as fomes e sedes...
(António Gedeão)
Olá Ana 
Lindo o poema (como todos!) de Gedeão, como este "Amador sem coisa amada"...
Amador sem coisa amada
Resolvi andar na rua
com os olhos postos no chão.
Quem me quiser que me chame
ou que me toque com a mão.
Quando a angústia embaciar
de tédio os olhos vidrados,
olharei para os prédios altos,
para as telhas dos telhados.
Amador sem coisa amada,
aprendiz colegial.
Sou amador da existência,
não chego a profissional.
Obrigado pela visita, obrigado pelos comentários, volta sempre
beijo
Solitário
De Ana a 31 de Agosto de 2009 às 21:25
Voltarei...
Um abraço
Comentar post