Nos tempos em que não havia SMS ou WhatsApp...
26 de Julio, amiga del corazón
asfixiado por el polvo y el silencio
entre la reja y la ventana
que se asoman poco a poco a mi pasado
y a esta celda,
me han traido tu carta, compañera,
asfixiante, trabajosa, amargamente sincera.
Y lo entiendo,
quiero que sepas que lo entiendo,
entiendo que en la calle y en la vida
no hay lugar para la espera,
que la entrañas te laten
y necesitan otro que las desate.
No te c**po compañera,
no tengo ya con que,
ni siquiera puedo recordar muy claramente
ni el portal de tu casa, ni tu calle.
Me viene así de tarde en tarde
como un brisa descalza de tu boca,
de tu boca callada y anhelante,
de tu abrazo y de tu mano,
de tu talle,
de tu forma de amar, amante...
Hay que ver como era,
era la mar tu calle
y tu olor el aire,
tu portal mi puerto
y yo tu navegante.
Hay que ver como era,
era el sol tu boca,
tus palabras brisa
en cualquier pino sombra
y yo tu sonrisa.
Y era ensayar la mirada
anhelante,
y era inventar la palabra
amante.
Hay que ver como era,
era el tiempo lleno,
era el aire espeso,
era el mundo bueno
y yo horizonte de tus besos.
Y era ensayar la mirada
anhelante,
y era inventar la palabra
amante...amante...amante.
Felizmente.
Somos todos diferentes. Temos todos
o nosso espaço próprio de coisinhas
próprias, como narizes e manias,
bocas, sonhos, olhos que vêem céus
em daltonismos próprios. Felizmente.
Se não o mundo era uma bola enorme
de sabão e nós todos lá dentro
a borbulhar, todos iguais em sopro:
pequenas explosões de crateras iguais.
Assim e felizmente somos todos
diferentes.
Se não a terapia em grupo era um sucesso e o que é certo
é sermos mais felizes a explorar
solitários o nosso próprio espaço
de manias, de traumas, de unhas dos pés
invaloradas pela nossa cultura
(que lá no Oriente o pé é o caso sério,
motivo sensual e explorativo).
Começa por aí: o mundo dividido por atávicos ritmos
— e outras coisas somenos como guerras
ou fomes (Note Bem: a criatura
é céptica e tem um gosto péssimo,
mas veja-se outros textos que redimem
em sério o que aqui diz. Cf. por ex.
o que quiser, mas deixe a criatura
regalar-se por se pensar — coitada —
incómoda e sonora). Prova evidente
de que somos diferentes, felizmente.
Começa por aí: no mundo dividido — e continua em raças e
raízes. Nós somos portugueses,
tão felizes, com tanta história atrás
e tantos feitos, tantas coisinhas próprias
de delícia: o mar que nos gerou,
e o resto tudo, são bolas pequeninas
de sabão a atestar da diferença
do nosso irmão do lado, esse infeliz
cheio de recalques de tradições e línguas,
paella e calamares. Tem boca como
nós: não canta o fado. Tem pernas como
nós: não dança o vira. Contenta-se
— coitado — com flamencos chorados
e falanges doridas. Somos todos
diferentes, felizmente (Note Bem:
[se a sua paciência ainda não
fugiu despavorida — é sem dê,
mas ela insiste em respeitar
o ritmo —]: isto que a criatura
repete e reafirma, quando em quando,
não deve ser tomado em ligeireza
como sinal senil [aliterou!],
mas como tentativa suicida
de oferecer unidade ao que o não tem,
moralizar o texto a pouco e pouco,
dar-lhe uma ideia igual, ser um mote
formal a contrabalançar a tal
prova evidente. Que de diferenças
estamos todos cheios e isto
pretendia-se uma ode e não foi).
Felizmente.
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