Por vezes deparamo-nos com determinados tipos de atitudes que nos deixam a pensar o “porquê” de terem acontecido, nalguns casos, atitudes irrefletidas, noutros, atitudes pensadas e programadas ao mínimo detalhe, é impressionante a mente humana, é arrepiante pensar que alguém toma decisões drásticas para si próprio e para outros, é talvez, a mente humana, um dos maiores enigmas, mas porquê?
Em 29 de Novembro de 2013 um experimentado piloto moçambicano, arrasta consigo para a morte 33 pessoas, fazendo despenhar o avião que comandava nas matas da Namíbia, acidente que vitimou um bom amigo, natural de Moçambique, que nos anos 80 e principio de 90, foi um excelente companheiro de trabalho e de viagem por uma terra maravilhosa, e que um mês antes do acidente, esteve em Lisboa, onde confraternizámos e falámos nos seus planos para o futuro, na altura, um futuro que esperava próximo, depois, naquela fatídica viagem de trabalho a Angola, tudo se desmoronou, tudo acabou!
Recentemente, o avião da Germanings, em que um jovem piloto, arrasta consigo para a morte 149 pessoas, provocando o embate do avião na montanha, o que poderemos fazer, senão perguntar “porquê?”…
Na nossa vida, deparamo-nos com tantas interrogações, umas sabemos porque acontecem, outras, ficamo-nos pelo ponto de interrogação, procurando aqui e ali, encontrar a razão de ter acontecido, investigamos nos manuais, lemos o que grandes especialistas nos legaram sobre o comportamento humano, entramos ou procuramos entrar, nos recônditos da psicologia, procuramos em Freud, e entre tanto que nos deixou, encontramos “A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos instintos”…
O sabor da tua boca e a cor da tua pele,
pele, boca, fruta minha destes dias velozes,
diz-me, sempre estiveram contigo
por anos e viagens e por luas e sóis
e terra e pranto e chuva e alegria,
ou só agora, só agora
brotam das tuas raízes
como a água que à terra seca traz
germinações de mim desconhecidas
ou aos lábios do cântaro esquecido
na água chega o sabor da terra?
Não sei, não mo digas, tu não sabes.
Ninguém sabe estas coisas.
Mas, aproximando os meus sentidos todos
da luz da tua pele, desapareces,
fundes-te como o ácido
aroma dum fruto
e o calor dum caminho,
o cheiro do milho debulhado,
a madressilva da tarde pura,
os nomes da terra poeirenta,
o infinito perfume da pátria:
magnólia e matagal, sangue e farinha,
galope de cavalos,
a lua poeirenta das aldeias,
o pão recém-nascido:
ai, tudo o que há na tua pele volta à minha boca,
volta ao meu coração, volta ao meu corpo,
e volto a ser contigo a terra que tu és:
tu és em mim profunda primavera:
volto a saber em ti como germino.
Pablo Neruda, in "Os Versos do Capitão"
Caminho lentamente
calcorreio os caminhos da memória,
sonho, suspiro a saudade sempre presente,
na alameda ladeada de árvores, um banco de jardim,
sentado no banco, olho mais além,
enxergo para além da dor,
o sol primaveril esvai-se entre a copa do arvoredo,
não quero, mas em mim,
ecoam os silêncios de um tempo distante,
de um tempo que o tempo não vai fazer mais voltar,
penso em ti, no teu sorriso, da doçura do teu olhar,
quero olvidar tudo isso,
quero que o tempo passe sem passar,
que o que um dia aconteceu não tivesse acontecido,
afinal, não aconteceu aquele dia,
acontece todos os dias!
Interrogo-me o porquê de não omitir
o que aconteceu,
Porquê não sei, talvez nunca virei a saber
a razão deste sentir,
É estranho que a distância, aproxime a memória,
Que na ausência, a presença seja uma constante,
que o silêncio se faça ecoar vezes sem conta
no rememorar de um sentimento
que tem tanto de estranho como de belo.
É estranho este sentimento que prevalece no tempo
que sabemos que nada, mesmo nada jamais se repetirá,
é estranho!
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