Não basta abrir a janela
para ver os campos e o rio.
Não é o bastante não ser cego
para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
que “aquela mensagem” que nunca devia ter existido, veio prolongar no tempo algo que hoje, reconheço que podia e devia ter ficado por ali, assim não foi, assim não houve a coragem de assumir essa decisão.
Tudo nesse dia podia ter sido diferente, hoje, de certeza que seria diferente, mas não foi assim, não é assim, restam as recordações de momentos de pura felicidade, de momentos em que os olhares doces e serenos se tocavam e se fundiam num só, de momentos em que houve sorrisos, abraços, gestos de carinho e de uma entrega intensa e apaixonada, agora, resta o sabor amargo de se ter perdido esse ensejo.
Não, não poderia dizer “espera” sem conseguir quantificar o que significava esse tempo de espera, não, não tinha o direito de exigir essa “espera”, até porque essa “espera” podia significar terem sido perdidos outros rumos, outras felicidades, outras paixões.
A nossa verdade foi sempre de nunca exigirmos nada um ao outro, foi de nunca ter existido uma promessa, foi de um profundo respeito mútuo, a nossa verdade foram muitas verdades numa só verdade, foram intensos os momentos que foram sentidos de uma forma única, que só se entende quando vivida e foi vivida.
Sabemos que não é possível “regressar” ao passado, mas se fosse, faria tudo de novo, menos uma, de certeza que não te iria perder!
Gosto das palavras,
mas também da paisagem,
gosto do verde e da água a correr,
do cheiro do campo na primavera,
mas também gosto de um sorriso,
de um olhar doce, de um toque sublime,
de uma palavra amiga,
é bom gostar deste modo, é bom sentir-te aí,
que mais poderei fazer,
se não gostar assim!
na penumbra do entardecer, leio as tuas palavras,
em vão, procuro um sinal,
contemplando às águas calmas do Tejo,
vejo ao longe a outra margem,
ao fundo, a ponte,
sei lá, o que vislumbro,
talvez, ainda a esperança!
Não te poderei perder um dia,
porque um dia, já te perdi,
agora, encontro-te nas palavras
e na sintonia dos afectos.
Não te perderei jamais,
porque a tua imagem, o teu sentir,
o teu sorriso, sim, o toque,
em que os olhares se tocavam,
tudo isso, perdura em mim, persiste em ti,
resiste em nós!
Nas tuas palavras,
tento decifrar mensagens,
em cada silaba, vejo um gesto,
em cada frase, contemplo um sorriso…
Nas tuas palavras, vagueio por aí
meditando nas sublimes mensagens,
posso sonhar, deixa-me sonhar que com os pés no chão,
um dia, voarei, quem sabe, até onde…
simplesmente porque, gosto-te!
Eu tenho o tempo
Tu tens o chão
Tens as palavras
Entre a luz
E a escuridão...
Eu tenho a noite
E tu tens a dor
Tens o silêncio
Que por dentro
Sei de cor...
E eu e tu
Perdidos e sós
Amantes distantes
Que nunca caiam
As pontes entre nós...
Eu tenho o medo
Tu tens a paz
Tens a loucura
Que a manhã
Ainda te traz...
Eu tenho a terra
Tu tens as mãos
Tens o desejo
Que bata em nós
Um coração...
E eu e tu
Perdidos e sós
Amantes distantes
Que nunca caiam
As pontes entre nós...
Pedro Abrunhosa
Por esta janela livre, sem grades,
passam, desfilam, esvoaçam mil sonhos
de outras "janelas" que por nós passaram...
Um pôr de sol num dia de inverno
ao largo, um navio,
à borda de água, namorados e pescadores,
expõem e desfilam as suas silhuetas...
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