Quando te sonho,
Sonho o dia que iremos por aí, pelos verdes campos,
Sentir o aroma das flores e ouvir os sons da Primavera.
Sonho aquele dia em que o pôr-do-sol estará ainda mais lindo,
Que será um pôr-do-sol apenas para “nós, e ali ficaremos…
até a lua chegar, com mais brilho, com mais intensidade,
Com mil tons, Iluminando os verdes campos,
Quando te sonho…
JS
Palavras pensadas e não ditas, palavras ditas e não escritas,
palavras pensadas e escritas,
palavras que traduzem sentimentos,
sentimentos que não se traduzem em palavras,
palavras íntimas que revelam sentires, sentires que não se revelam por palavras,
silêncios que dizem mais… do que “mil palavras”.
Sim, se os silêncios dizem tanto, porquê palavras?...
Porque o silêncio se substitui a todas as palavras, quando as palavras permanecem na penumbra do silêncio,
de um silêncio que tem sons, que têm os sons da memória!
Vai alta no céu a lua da Primavera.
Penso em ti e dentro de mim estou completo.
Corre pelos vagos campos até mim uma brisa ligeira.
Penso em ti, murmuro o teu nome; e não sou eu: sou feliz.
Amanhã virás, andarás comigo a colher flores pelo campo,
E eu andarei contigo pelos campos ver-te colher flores.
Eu já te vejo amanhã a colher flores comigo pelos campos,
Pois quando vieres amanhã e andares comigo no campo a colher flores,
Isso será uma alegria e uma verdade para mim.
Alberto Caeiro
(in O Pastor Amoroso)
Aqui, na Fortaleza do Silêncio, o vento sopra suave, talvez não seja vento, seja apenas uma brisa que toca suavemente na vidraça da janela e faz ecoar os sons da memória…
No baú da memória, o som de um sorriso lindo, o brilho de um olhar apaixonado, o silêncio das palavras que ecoam nos infinitos muros da Fortaleza, nestes muros que não são apenas virtuais, nestes muros que ladeiam o pensamento, que impedem que os olhares se toquem, que os sorrisos se cruzem, que as memórias não se desvaneçam na espuma dos dias, até porque, como um dia nos disse William Shakespeare "Lembrar é fácil para quem tem memória. Esquecer é difícil para quem tem coração."
No silêncio da minha fortaleza procuro as palavras, procuro alinhar as letras, procuro dar sentido ao sentido, procuro e não encontro palavras que não foram ditas, palavras que ficaram no mais recôndito armário de uma memória viva, de uma memória cheia de recordações, de uma memória que teima em não se apagar, de uma memória resiliente, de uma memória que tem um misticismo próprio…
É primavera de um ano que não teve inverno, é primavera de um tempo em que o tempo teima em acontecer velozmente, os dias, os meses e até os anos sucedem-se a uma velocidade vertiginosa, estonteante por vezes, mas o que interessa isso?… O que interessa é que é novamente Primavera!
Foto JS
Amor, palavra pequena, mas de grande sigificado!
O Amor é.... programa de Júlio Machado Vaz na Antena 1:
http://mp3.rtp.pt/mp3/wavrss/at1/1814394_109096-1203122107.mp3
A igualdade de oportunidades constitui um princípio geral cujas duas grandes vertentes são a proibição da discriminação em razão da nacionalidade e a igualdade entre homens e mulheres. Trata-se de um princípio a aplicar em todos os domínios, nomeadamente na vida económica, social, cultural e familiar.
O Tratado de Amesterdão veio editar uma nova disposição no intuito de reforçar o princípio de não discriminação estreitamente relacionado com a igualdade de oportunidades. Esta disposição prevê que o Conselho possa adotar as medidas necessárias para combater todas as discriminações em razão do sexo, raça ou origem étnica, religião ou crença, deficiência, idade ou orientação sexual. Acresce que, através do seu programa de ação de luta contra a discriminação (2001-2006), a União Europeia incentiva e complementa as ações empreendidas pelos Estados-Membros para combater todas as formas de discriminação.
Proclamada em Dezembro, a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia contém um capítulo intitulado "Igualdade", que reitera os princípios de não discriminação, igualdade entre homens e mulheres, diversidade cultural, religiosa e linguística. Este capítulo incide igualmente sobre os direitos da criança, dos idosos e das pessoas com deficiência.
Fernando Pessoa escreveu uma carta imaginária à sua querida Ophélinha, uma carta poética que só alguém como ele, o sabia fazer. Nessa carta que terminava com reticiciências, e antecedendo essas reticiciências, o poeta escreveu … “Só nós sabemos que fingir é conhecer-se….”
“Carta imaginária” datada de 03 de Abril de 1920, que hoje, podia ser uma “carta virtual”, ou ainda, simplesmente um “mail”, nada como há alguns anos atrás, uma carta escrita nas folhas brancas de um papel ansioso de palavras, o envelope fechado, selo colado e marco do correio para seguir a seu destino! Bons tempos, em que não existia código postal, a expectativa da resposta na volta do correio, deixava-nos em suspense, ansiosos pela carta – resposta ou a ansiedade da resposta, que por vezes tardava ou não chegava!
Tantas cartas escritas, tantas cartas lidas, tanto sonho e tanto sorriso lido nas palavras simples, mas que traduziam sentimento e paixão… sinto saudades de “uma carta”, talvez por isso, escreva muitas “cartas imaginárias”, não como a de Pessoa, mas cartas simples, escritas por um homem simples, cartas que permanecem escritas, que arrumo na prateleira dos sonhos, que preservo no baú da memória para que nem uma só palavra se vá perder, para salvaguardar religiosamente o seu sentido.
Uma das incontáveis cartas...
Regressei ao sítio onde te conheci pessoalmente, sentei-me na mesma mesa, o mesmo ambiente morno de café ao fim do dia e senti de novo o teu sorriso, recordei aquele dia frio de Fevereiro em que algo de ti transcendeu, conhecer-te superou a minha expectativa, de como serias, como seria o teu sorriso, como seriam as reacções, a tua e a minha… e no final deste encontro, apenas isto: ter-te conhecido foi um privilégio!
Depois, sim depois, percorri lentamente outros caminhos, outras alamedas, algumas ladeadas de relva, sentei-me nos mesmos locais, olhei as árvores com as suas grossas raízes que foram cúmplices de nossos encontros, vi pessoas a correr de um lado para outro, uns vindos do metro, outros indo para lá, desci às entranhas de um local onde verti uma lágrima, não sei se uma ou mais, mas sei que foram sentidas, olhei a composição afastando-se sobre carris e escutei aquele estridente som metálico e fiquei ….
Afixei na memória das imagens, a tua imagem, aquela imagem afastando-se lentamente, que descia a escadaria degrau a degrau, que não tinha o sorriso de outras alturas, que expressava um olhar triste, talvez resignado, talvez confuso, mas sempre, sempre belo, e eu, não sabia como te olhar e com os olhos orvalhados de saudade… imaginei-te!
Fotos JS
É o silêncio da noite, é o som da leve brisa que sopra do mar, é o som do nevoeiro que envolve a cidade, é o silêncio de gente em correria que passa sem ter tempo de sentir os sons da paisagem, caminho sentindo os silêncios da cidade, de quantos dramas, de quantas lágrimas, de quantos sorrisos, de paixões, de encantos e de tristezas! São os silêncios da vida….
Mas, neste silêncio carregado de sons da memória, quero escutar a memória dos sons, a memória da saudade, quero ouvir os sons dos sorrisos, o som do toque sublime, quero sentir o afecto das palavras, quero escrever uma “carta proibida”, quero que o silêncio da Fortaleza embale os sentires, que embale as palavras que talvez nunca venham a ser escritas nessa “carta proibida”!
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