Quarta-feira, 30 de Dezembro de 2009
Foto J.S
Quarta-feira, 23 de Dezembro de 2009
Fotos J.S.
Profecia de um Natal pós-moderno (em 1969)...
Em vez da consoada há um baile de máscaras
Na filial do Banco erigiu-se um Presépio
Todos estes pastores são jovens tecnocratas
que usarão dominó já na próxima década
Chega o rei do petróleo a fingir de Rei Mago
Chega o rei do barulho e conserva-se mudo
enquanto se não sabe ao certo o resultado
dos que vêm sondar a reacção do público
Nas palhas do curral ocultam microfones
O lajedo em redor é de pedras da Lua
Rainhas da beleza hão-de vir de helicóptero
e é provável até que se apresentem nuas
Eis que surge no céu a estrela prometida
Mas é para apontar mais um supermercado
onde se vende pão já transformado em cinza
para que o ritual seja muito rápido
Assim a noite passa E passa tão depressa
que a meia-noite em vós nem se demora um pouco
Só Jesus no entanto é que não comparece
Só Jesus afinal não quer nada convosco
David Mourão-Ferreira [1969]
A realidade de alguns Natais, dos sem-abrigo, que pelas mais variadas razões foram parar à rua, para estes, que vivem de Migalhas, numa vida por vezes cruel, em que a "igualdade de oportunidades" ainda não é igual para todos!... Mas para eles, também haverá "Natal", é nesta altura do ano que mais se lembram deles, um leite quente, uma sopa, uma ceia de bacalhau, as televisões vão passar algumas dessas imagens, e nos outros dias do ano?...
Para uma Senhora que vive na rua, que não navega na Net, mas que adora livros de poesia, e que não irá abrir as prendas no dia de Natal, apenas estará por ali, no sitío do costume, quando um destes dias lhe desejei um "Bom Natal" , em troca, daquele rosto sempre triste, tive um sorriso e algumas sábias palavras.....agradeci, aquelas palavras, agradeci o sorriso, para mim, foram uma "prenda de Natal"!
Foto da Net
Sexta-feira, 18 de Dezembro de 2009
Foto J.S.
Quinta-feira, 17 de Dezembro de 2009
Provincia de Inhambane - Moçambique
Fotos J.S.
Domingo, 13 de Dezembro de 2009
Moçambique, uma criança, talvez com 7 anos, que após ter estado a trabalhar, a abrir coco com a catana, procurava brincar, com umas botas grandes....que Natal para estas crianças?
Foto J.S.
Esta foto, já aqui a publiquei, estou certo que a esta hora algures em África, haverá um Abutre esperando pacientemente o definhar de uma criança....
Foto de Kevim Carter
Quantos abutres não existirão por aí, disfarçados de Pombas Brancas?....
Quarta-feira, 9 de Dezembro de 2009
"É tão inútil", pensou, deixando cair deliberadamente uma anchova, que lhe custara bastante a apanhar, aos pés de uma velha gaivota que o perseguia. Poderia ter passado todo este tempo a aprender a voar..."
E há tanto para aprender!
Fotos JS e texto do livro Fernão Capelo Gaivota
Domingo, 6 de Dezembro de 2009
A maior parte das gaivotas não se querem incomodar a aprender mais do que os rudimentos do voo, como ir da costa à comida e voltar. Para a maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas comer, como de resto a maior parte dos seres humanos. Porém, para esta gaivota, o mais importante não era comer, mas sim voar, saber mais, conhecer mais ‘alto’.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar. Mas, como veio a descobrir, esta maneira de pensar e de ser diferente não o fazia muito popular entre as outras aves, em especial dos 'chefes do bando' que o observavam desconfiados. Até os próprios pais se sentiam desanimados ao verem que Fernão passava os dias sozinho, a experimentar, a cogitar, fazendo centenas de voos...
Não sabia porquê, mas, por exemplo, quando voava sobre a água a uma altitude inferior ao comprimento das suas asas abertas, conseguia manter-se no ar durante mais tempo e com menos esforço. Os seus voos não acabavam com o habitual mergulhar de patas abertas no mar, mas com um pousar leve, de patas bem unidas ao corpo. Quando começou a pousar em pé sobre a praia e depois a medir o comprimento da aterragem, os pais ficaram deveras preocupados.
-Porquê? Fernão, porquê? - Perguntava-lhe a mãe - Por que não podes ser como o resto do bando? Por que não deixas os voos rasos para os pelicanos e para o albatroz?
Por que não comes? Filho, és só penas e osso!
- Não me importo de ser só penas e ossos, mãe. Só quero saber aquilo que consigo fazer no ar, e o que não consigo, mais nada. Só quero saber.
- Ouve lá, Fernão - disse-lhe o pai com bondade - O Inverno aproxima-se, haverápoucos barcos e o peixe das superfícies irá para zonas mais profundas. Essa história dos voos está muito bem, mas sabes que não te podes alimentar só disso. Se tens mesmo de estudar, então estuda acomidae a forma de a conseguir. Não te esqueças que a razão por que voas é comer.
Fernão baixou a cabeça, obediente. Durante os dias seguintes tentou comportar-se como todas as outras gaivotas, tentou mesmo a sério, disputando com o resto do bando a comida dos pontões e dos barcos de pesca, mergulhando para apanhar pedaços de peixes e pão. Mas não conseguiu.
"É tão inútil", pensou, deixando cair deliberadamente uma anchova, que lhe custara bastante a apanhar, aos pés de uma velha gaivota que o perseguia. Poderia ter passado todo este tempo a aprender a voar...
E há tanto para aprender!
Fotos JS e texto do livro Fernão Capelo Gaivota, romance de Richard Bach
Quarta-feira, 2 de Dezembro de 2009
Ponte 25 de Abril
Linha do Tua
Ponte do Rialto Veneza
Ponte de Alferrarede
Ponte de Oeiras
Fotos JS