No mar que navego
Na voz que oiço,
No corpo que possuo
No tempo que passa
Só tu, tens o saber da vida,
O sentido das emoções
O instintivo talento do amor,
O toque imprevisível
Que torna um prazer eterno.
Só tu, com os teus expressivos olhos
O sussurrar do coração entre os dedos
Conheces do amor os segredos
E assim fascinas, assim cativas.
(Cunha Simões)
É exactamente porque não há solidão que dizes que há solidão. Imagina que eras o único homem no universo. Imagina que nascias de uma árvore, ou antes, porque eu quero pôr a hipótese de que não há árvores, nem astros, nem nada com que te confrontes: supõe que o universo é só o vazio e que tu nascias no meio desse vazio, sem nada para te confrontares. Como dizeres «eu estou sozinho»? Para pensares em «eu» e em «sozinho» tinhas de pensar em «tu» e em «companhia». Só há solidão «porque» vivemos com os outros...
Vergílio Ferreira, in 'Estrela Polar'
É o equilíbrio do teu corpo
A beleza da tua suavidade
Os teus desejos,
A inocência da tua maldade
Que me despertam.
Tu és o símbolo do efémero
Que eu desejo guardar.
Tu és o mármore esculpido
Que mesmo depois de possuído
Continua fresco e deslizante.
Tu és a mulher peregrina
Que estando escrita na minha sina
És primavera, outono e amante.
(Cunha Simões retirado da Net)
Foi para ti que criei as rosas.
Foi para ti que lhes dei perfume.
Para ti rasguei ribeiros
E dei às romãs a cor do lume.
Foi para ti que pus no céu a lua
e o verde mais verde dos pinhais.
Foi para ti que deitei no chão
Um corpo aberto como os animais.
Eugénio de Andrade
deste rio correndo
entre a pele e a pele
Nem o Tempo tem tempo
nem as trevas dão tréguas
Não descubro o segredo
que o teu corpo segrega
(David Mourão Ferreira)
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade
Por mais que queira
Transformar o amor num acto trivial
Contigo não consigo.
Foram demasiados belos os momentos,
Surpresas raras, sonhos impossíveis
Que tu me ofereceste.
E tudo isso que me deste
Nunca mais poderei esquecer.
(Cunha Simões - da Net)
Todo o amor que nos
prendera
como se fora de cera
se quebrava e desfazia
ai funesta primavera
quem me dera, quem nos dera
ter morrido nesse dia
E condenaram-me a tanto
viver comigo meu pranto
viver, viver e sem ti
vivendo sem no entanto
eu me esquecer desse encanto
que nesse dia perdi
Pão duro da solidão
é somente o que nos dão
o que nos dão a comer
que importa que o coração
diga que sim ou que não
se continua a viver
Todo o amor que nos
prendera
se quebrara e desfizera
em pavor se convertia
ninguém fale em primavera
quem me dera, quem nos dera
ter morrido nesse dia
David Mourão-Ferreira
Amo-te assim
Sem enfeites nem disfarces
Ungida pela água.
Cabelo corrido pelos ombros,
Olhos brilhantes de alegria e volúpia
Toda amor mar e harmonia
Como se tivesses descido do céu
E uma nuvem fosse o longo véu
Que nos envolvesse eternamente.
(Da Net - Cunha Simões)
A boca,
Levar-te à boca,
(Eugénio de Andrade)
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.
(Drummond de Andrade)
Contigo aprendi a sorrir, os nossos sorrisos tocavam-se num tom harmonioso, os olhos brilhavam a cada olhar, a cada sorriso que imergia nos nossos rostos.
Depois “partistes” para essa longa viagem, já não estás entre nós, mas o teu sorriso permanece, o teu sorriso está e estará sempre presente, e aonde que estejas, estarás a sorrir!
Recordas o nosso último encontro?... O que me dissestes quando eu parti para outras terras, os teus avisos, a tua preocupação comigo, as recomendações que me fizeste por causa da guerra, das epidemias, das doenças, enfim, de tudo…
Recordo esse sorriso da nossa despedida, como sempre tinhas no rosto um sorriso franco e aberto, um sorriso lindo!...
Naquela noite, enquanto eu “voava”, deixaste-nos e inicias-te a tua longa viagem…
Mas sabes o que me aconteceu?... Passados alguns anos, andava deambulando por aí e encontrei um outro sorriso…. Se é igual ao teu?...Oh, não!... Cada sorriso é único, cada sorriso têm a sua própria beleza, não há dois sorrisos iguais, mas há de certeza, dois sorrisos lindos!
Com esse sorriso, reaprendi a sorrir, sorri novamente como sorria contigo, recordas?...
Sabes, mas recentemente, houve um dia em que o meu sorriso ficou triste, ficou magoado, ah, perguntas porquê?...
Talvez um dia te conte, sim, um dia destes conto-te!
Sabes, tens o meu sorriso!...
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